“Não seria mais lógico e importante a sociedade preocupar-se em
tentar saber os motivos que levam as pessoas a dizer que querem morrer
para ir ao encontro dos seus verdadeiros problemas? Não seria mais
importante fazer-se uma análise para ir ao encontro das necessidades e
dos problemas das pessoas em vez de estar a tentar passar a mensagem de
que a única coisa que há a fazer é a morte?”, prosseguiu, considerando
que “estes movimentos não aparecem por acaso”. “É preciso haver um
terreno fértil para que estes ventos de mudança possam penetrar”,
alertou, convidando a ler o livro, cujo prefácio assina e que considerou
“um hino à vida”, para “ajudar perceber o que é que está por detrás
disto tudo e quais são os objetivos”.
Neste sentido desafiou a sociedade a “abordar o problema da família,
indo ao encontro do sofrimento psíquico das pessoas, e a falar nos
cuidados paliativos e na investigação da ciência”. “Se a sociedade não
olhar para estes aspetos, estamos a criar todas as possibilidades a que
surjam estas tempestades que, de vez em quando, temos de suportar”,
advertiu, considerando que, na maioria dos casos, as reportagens sobre a
eutanásia são feitas “com uma determinada orientação” para levar as
pessoas a pensar que o melhor é aceitá-la.